A importância da vacinação para a prevenção de doenças
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que as vacinas ajudem a salvar cerca de 3 milhões de pessoas de doenças contagiosas. A vacinação é uma estratégia de saúde pública importante na prevenção e extinção de enfermidades ao longo dos últimos 100 anos. Porém, apesar das entidades médicas, como o Ministério da Saúde, defenderem a importância da vacinação, o número de brasileiros imunizados, principalmente adolescentes e adultos, tem caído. A OMS e a Unicef emitiram um alerta em 2019 após afirmar que o Brasil tem um dos maiores índices de queda de vacinação no mundo.
Um estudo divulgado em setembro de 2020 pela revista científica The Lancet confirma a percepção dos órgãos internacionais. O levantamento mostra que diminuiu preocupantemente o percentual de pessoas que acreditam nos benefícios da vacina no Brasil. Segundo a pesquisa, entre 2015 e 2019, caiu de 73% para 63% a porcentagem de brasileiros que confiam que esta é uma forma de imunização segura; já entre os que acreditam que vacinas são eficazes, o índice diminuiu de 75% para 56%; os que creem que elas são importantes (principalmente para crianças) baixou de 92,8% para 88%.
Os órgãos de saúde apontam como razões para a desconfiança nos benefícios da vacina notícias falsas e também a volta de surtos de doenças, como ocorreu com o sarampo, que havia sido erradicado em 2016 no Brasil. Segundo especialistas, o risco da não vacinação é a contaminação crescente de pessoas, de crianças a idosos, a essas doenças, além do retorno de enfermidades que já haviam sido controladas ao longo dos anos por meio de campanhas de vacinação. Com a resistência às vacinas, o sarampo ressurgiu em 2018. Atualmente, o Ministério da Saúde estima que há mais de 7,7 mil pessoas contaminadas, por isso, no Dia 17 de outubro ocorreu o Dia D de vacinação contra a doença.
Outra preocupação é que em consequência da não imunização da população ocorram novos surtos. Um levantamento do Ministério da Saúde mostra, por exemplo, que 7,7 milhões de crianças e adolescentes com idade inferior a 15 anos não receberam vacinas contra a febre amarela em 2019. Dentro da mesma faixa etária, 24,8 milhões não foram imunizados contra a hepatite B. O número de não vacinados contra meningite, com idades de 11 a 12 anos, é de 4,3 milhões.
Calendário de vacinas
O Programa Nacional de Imunizações do Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza gratuitamente nas unidades de saúde 19 vacinas, capazes de proteger de mais de 40 doenças infecciosas. Entre elas estão poliomielite e varíola, já erradicadas no Brasil. Além destas, é possível ficar imune a meningite, difteria, tétano, coqueluche, sarampo, caxumba, rubéola, hepatites virais, gripe, pneumonia, tuberculose e febre amarela.
O Calendário Nacional de Vacinas não atende apenas crianças e adolescentes, mas também adultos, idosos e grupos de risco, como gestantes e povos indígenas. Todas as vacinas passam por rigorosos testes antes de serem disponibilizadas à população para que sejam aplicadas em segurança. Além disso, todos os medicamento são avaliados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). As principais reações à vacina se resumem a febre e dor local passageiras, que ocorrem logo após a aplicação.